Sou médico dermatologista e minha esposa é advogada. Possuímos um padrão de vida classe médio alto conquistado depois de anos de dedicação e trabalho.
Temos três filhos homens com idades que variam entre 15 e 23 anos. Há aproximadamente dois anos nosso filho mais velho, passou a sair quase que diariamente voltando sempre bastante tarde.
Nos fins de semana ele praticamente sumia de casa. Como ele sempre trabalhou não encontrei meios de reclamar de nada ou mesmo motivos para isso.
Um dia minha esposa me chamou, visivelmente preocupada para me mostrar dois comprimidos rosas que ela encontrou guardados dentro de uma caixinha de filme. Quando os vi fiquei bastante desconfiado de se tratarem de ecstasy, pois os comprimidos tinham, em relevo, um logotipo bastante típico desta droga (já havia lido sobre ela nos jornais e revistas) um coração duplo.
Levei os comprimidos para meu irmão que é delegado de polícia para que ele confirmasse ou não tratar-se da droga. Ele olhou e disparou serem realmente tal da “droga do amor”…No mesmo dia devorei tudo que encontrei na Internet sobre a droga e fiquei muito mais preocupado, pois ela era realmente perigosa…
No dia seguinte meu irmão me procurou dizendo que a polícia havia instituído exames de drogas baseados em amostras de cabelo como exames desclassificatórios para ingresso na carreira policial. Ele conseguiu o nome da empresa que fazia tais exames, que era a Pychemedics Brasil.
Após pesquisar mais um pouco sobre a metodologia de cabelo cheguei a conclusão que era ideal para eu saber realmente o envolvimento de meu filho ou não com as drogas, que drogas ele andava consumindo e em que quantidade. Achei isso importantíssimo, pois como médico sei que exames de urina não iriam me informar nada disso.. Somente se meu filho consumiu a droga no fim de semana. E isso não me bastava. Queria saber tudo para se necessário ajudá-lo.
Entrei em contato com a empresa e comprei um teste. Com o teste na mão, chamei meu filho e fui bastante franco e direto com ele; Disse que havia encontrado ecstasy em suas coisas e perguntei-lhe sobre se ele consumia drogas, quais, como e com quem.
A princípio ele negou, brigou e se fez de indignado… então propus a ele o teste para encerrarmos a discussão. Ele se prontificou imediatamente mas ficou um pouco perturbado quando viu tratar-se de cabelo.. não sei se ela sabia mais a respeito do teste. Como ele têm cabelos bem curtos as amostras acabaram sendo de pêlos das axilas.
O resultado veio em uns 8 dias. Positivo para ecstasy e maconha. O ecstasy estava classificado como grave.
De posse deste laudo o chamei para nova conversa e ele então, diante das provas, confessou que estava usando a droga regularmente com sua namorada e amigos.
Disse também que iria parar com tudo mas me pediu um voto de confiança, no sentido de nada mudar na vida dele. Concordei mas disse que em contrapartida eu iria fazer o teste sempre que julgasse necessário. Ele concordou e assim fizemos.
Não testei ainda meu filho novamente e não sei se o farei. Ele aparentemente está melhor, não sai na noite com tanta freqüência e parece mais animado.
Acredito que o uso do teste foi bom no sentido de mostrar para meus filhos – os outros souberam de tudo – que me preocupo com eles. E não assistirei as drogas entrarem na vida deles sem nada fazer.
De resto é com eles. Estou pronto a ajudá-los.
Carlito – São Paulo